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A importância do estudo da mobilidade das rotatórias no planejamento de tráfego

Nos últimos anos, em busca de uma melhor qualidade de vida, as famílias têm procurado sair dos grandes centros urbanos, migrando para regiões / municípios lindeiros. Esse acréscimo significativo de moradores e, em consequência, de automóveis que circulam pelas vias, geram conflitos no tráfego, pois as vias públicas dos municípios, muitas vezes, não foram devidamente planejadas para tal crescimento. Não obstante, a isso somam-se os incentivos ao uso de automóveis particulares, dados pelo governo federal por meio de linhas de crédito para os cidadãos e a redução de impostos; tendo em contrapartida a falta de investimentos no transporte público coletivo e a disparidade na relação custo-benefício, contribuindo para a geração de maior conflito. 

Acredita-se que o governo municipal procura intervir com melhor benefício-custo possível nas malhas urbanas na tentativa de solucionar ou, ao menos, amenizar os problemas citados com o investimento disponível, máxima fluidez e segurança. Os cruzamentos são pontos de acumulação de acidentes, com excesso de veículos que causam gargalos ou grandes congestionamentos e, do ponto de vista da segurança do pedestre, onde há travessias e, consequentemente, atropelamentos.

Em algumas situações, quando da implantação de condomínios horizontais, planejaram-se vias com fluidez razoável; porém, com o aumento da frota veicular, a Engenharia de Tráfego criou várias tipologias geométricas. Dentre os sistemas de melhor eficiência e menor custo estão as rotatórias, que têm como objetivo a interseção para que o tráfego que ali interage tenha um desenrolar seguro, com pouco tempo de espera.

Embora na atualidade venha sendo muito utilizada no trânsito urbano, na maioria dos casos, as rotatórias acabam sendo elementos geométricos que priorizam o trânsito veicular motorizado. De modo geral, os pedestres são mais frágeis do que os veículos automotores, portanto, são expostos ao maior risco de morte; tais consequências trazem números de acidentes e despesas particulares e ao governo.

Hideraldo Rodrigues Gomes
 Engenheiro Civil e Engenheiro de Segurança do Trabalho

Presidente da Abeaa

Durante as décadas passadas,  o pedestre, principal e mais frágil dos envolvidos, e a sua segurança não têm sido suficientemente abordados nos pontos de conflitos da mobilidade. A falta de orientação e a quebra do paradigma cultural, sobre as vantagens da caminhada proporcionalmente aos demais envolvidos (veículos automotores), gerou uma grande decadência na caminhada humana nos espaços urbanos sem finalidade esportiva, principalmente, por vias de maior trânsito, como as coletoras e arteriais. 

 

O que se tem notado é que as rotatórias, como dispositivos viários cada vez mais presentes na malha viária das cidades brasileiras, são implantadas com o objetivo de eliminar a atuação semafórica, uma vez que os semáforos acabam por contribuir para a geração de maiores congestionamentos em algumas vias. Entretanto, fica explícito que a implantação desses dispositivos está sendo realizada, aparentemente, sem um estudo aprofundado sobre o traçado viário e geométrico das vias existentes, além da falta de infraestrutura voltada ao pedestre. Esses fatores têm gerado grande exposição a acidentes e baixa atratividade de pedestres nas rotatórias. 

As rotatórias são dispositivos extremamente técnicos que necessitam de especialistas no assunto para serem implantadas e/ou alteradas. Se não for oferecida a devida atenção por partes dos técnicos, pode-se gerar riscos e transtornos aos veículos e prédios do entorno. Assim sendo, é imprescindível unir, na mesma medida, a caracterização dos aspectos reais a conceitos e definições teóricas associados ao seu campo de atuação propriamente dito.

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